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MOÇAMBOLA

IMPLICAÇÕES DESPORTIVAS E FINANCEIRAS DAS PARAGENS

O arranque tardio do Moçambola - a previsão inicial do pontapé de saída era 29 de Março e só começou a 17 de Maio - seguido da recente paragem do campeonato, devido à suspensão de voos para a deslocação das equipas, em consequência do passivo que a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) tem com as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), está a ter implicações negativas na vida dos clubes participantes na maior prova da modalidade rainha.

As implicações assumem duas vertentes, nomeadamente desportiva e financeira. Do ponto de vista desportivo, incidem na planificação dos clubes e gestão das equipas que treinam sem competir. O atraso do início do campeonato, devido à indisponibilidade de aviões, teve como consequência directa o prolongamento da pré-época, afectando a planificação das equipas, além do desgaste físico e psicológico dos jogadores, resultantes de uma preparação prolongada sem competir. A paragem resulta na quebra do ritmo das equipas e isso pode ter consequências negativas no seu rendimento.

Do ponto de vista financeiro, embora a paragem resulte nalguma poupança, na ausência de competição ela, tem implicações negativas para os clubes, pois são obrigados a pagar salários aos atletas mesmo sem jogar.

Aliás, o que se pode poupar neste momento pode não ser suficiente para aguentar com o fardo que resultará do aperto do calendário, em caso de não se estender o Moçambola até depois de Novembro, mês previsto para o seu fim.

Em caso de não se alterar o calendário, o mais provável é que o campeonato seja disputado no meio-de-semana e fim-de-semana, ou seja, haverá jornadas duplas em cada semana, o que terá mais implicações nas finanças dos clubes e consequências negativas no rendimento das equipas, devido ao desgaste físico.

As consequências serão, do ponto de vista desportivo, ainda maiores para os clubes participantes nas Afrotaças, nomeadamente a campeã nacional Black Bulls e o Ferroviário de Maputo, vencedor da Taça de Moçambique. Os dois emblemas iniciam a disputa das eliminatórias de acesso à Fase de Grupos da Liga dos Campeões Africanos e Taça da Confederação Africana de Futebol (Taça CAF), respectivamente, em Setembro próximo.

Sem o Moçambola, não terão o ritmo competitivo necessário para lograr o objectivo que perseguem nas provas, designadamente o acesso à Fase de Grupos. Não se sabe ao certo quantas jornadas e que níveis de competitividade terão nos pés até lá. Portanto, deverão encontrar outras saídas fora do Moçambola, cuja previsão de retoma ainda é incerta.     

Com o arranque tardio do Moçambola e esta paragem a encurtar o calendário competitivo aventa-se uma sobrecarga das equipas na retoma da prova, porque outras interrupções, que se diga normais, uma vez previstas no calendário competitivo, acontecerão. Temos a Taça de Moçambique que caminha para a segunda “mão” dos quartos-de-final, para além da Selecção Nacional, os “Mambas”, que disputam a qualificação para os “Mundial”-2026. Os “Mambas” ainda têm quatro jornadas por disputar.

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