A busca por resultados imediatos tem sido um dos maiores erros do desporto nacional. De um modo geral a preocupação passa por ganhar jogos/conquistar títulos. Nalgumas vezes até os resultados aparecem, mas de forma casual. Alguém prefere até chamar essas vitórias de acidentes de percurso, pois acontecem sem base de sustento algum.
Acontecem sem bases sólidas e o reflexo disso é o que se vê pela frente. Cai-se num marasmo de resultados negativos e vem ao de cima as gigantescas fragilidades de formação e acompanhamento desportivo que imperam no nosso desporto. O povo que vive de vitórias “a conta gotas” vai na mesma medida vivendo de celebrações casuais, não sabendo bem quando voltará a festejar uma grande conquista.
Mas no meio deste “fenómeno” que atrasa o desenvolvimento, há muitos anos, do nosso desporto, há uma federação que vai tentando remar contra a maré, ou seja, vai procurando fazer como mandam as regras. Há sensivelmente 15 anos, sob comando do presidente Camilo Antão, a Federação Moçambicana de Voleibol (FMV) decidiu apostar forte nesta modalidade, promovendo torneios nos mais variados escalões.
Aliás, o vólei de praia nasce mesmo a partir da aposta na formação. Há 20 anos sob liderança do presidente de Camilo Antão, a Federação Moçambicana de Voleibol (FMV) promovera na praia da Costa do Sol – na Zona da Miramar – os primeiros torneios com as escolas a servirem de viveiro à busca de talentos. Num ápice o vólei de praia, para muitos ainda uma novidade no seio do desporto nacional, ganhava o seu espaço para nunca mais desaparecer.
Pelo contrário, foi crescendo e hoje após duas décadas é das que mais troféus internacionais conquistou para um país que continua sedento de vitórias. No vólei de praia, ao contrário do que sucedeu com outras modalidades, nada está a acontecer por acaso. O tricampeonato da Zona VI, conquistado há uma semana em Gaberone, no Bostwana, é o reflexo inequívoco do trabalho iniciado há 20 anos e que foi dado a devida sequência pelo anterior elenco de Kalid Cassam e agora por Momed Vala. Seguindo sempre mesmo o diapasão, o vólei foi dando passos consistentes e mais do que isso elevando sempre a sua qualidade em todos os escalões.
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