Foi no centenário Maxaquene que Geny Catamo deu os primeiros passos no mundo da bola. Foi naquele relvado humilde, marcado mais pela paixão do que pela infra-estrutura, que internacional moçambicano começou a se destacar. Hoje, enquanto o extremo veste a camisola do Sporting Clube de Portugal, os “tricolores” aguardam com expectativa aquilo a que tem direito: a compensação pela sua parte na história.
Em Julho deste ano o Sporting Clube de Portugal garantiu 90 por cento do passe do jogador. A transferência dos direitos económicos de Geny para o Sporting fez correr muita tinta sobre a distribuição do valor. O emblema lisboeta pagou cerca de 2,25 milhões de euros ao Amora, além de um milhão de euros à Black Bulls, clube que o lançou no futebol profissional. Entretanto, ainda havia dúvidas sobre o valor a ser encaixado pelos “tricolores”. Isto é, dos um milhão de euros ( cerca de 74 milhões de meticais ao câmbio do dia), Maxaquene terá, provavelmente, sete milhões e quatrocentos mil meticais.
A FIFA é clara: sempre que um jogador formado em diferentes clubes é alvo de uma transferência internacional significativa, uma percentagem do valor total deve ser distribuído entre os clubes que participaram na sua formação, dos 12 aos 21 anos. Esse é o chamado mecanismo de solidariedade.
O presidente do Maxaquene, Abraão Muianga, disse que o clube aguarda ansiosamente pelo valor a receber da Black Bulls e deixou ficar que “temos direito a uma percentagem pela compra dos 90 por cento do passe de Geny, mas até aqui ainda não recebemos nada. O valor será pago em três parcelas, que iremos receber da ABB. A primeira será no próximo ano, outra em 2027 e depois em 2028. São essas informações que a ABB deixou ficar”.