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Um campeão sem nível
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DUARTE NÃO TEM NÍVEL PARA TÉCNICO PRINCIPAL

O técnico português, três vezes campeão em solo moçambicano, não tem o Nível UEFA Pro e, por conseguinte, não pode ser inscrito como treinador principal.

É preciso lembrar que, num passado recente, a FMF, na intenção de obrigar os clubes a respeitar as normas e os regulamentos no decorrer dos jogos do Moçambola, definiu  que apenas os treinadores principais fossem autorizados a levantar-se dos bancos técnicos no decurso dos jogos, os treinadores principais, assim como apenas eles podem conceder entrevistas após as partidas, uma norma muitas vezes pontapeada nas partidas do campeonato nacional.

Em 2023, por exemplo, quando Hélder Duarte estava ao serviço do Ferroviário da Beira, por não ter o nível máximo da UEFA, foi lhe vedada a prerrogativa de tecer comentários no final dos jogos, bem como de orientar, de pé, a equipa durante, sendo chamado João Mário (Abílio) para o efeito, uma situação que se viu alterada no ano seguinte e na presente temporada, com o português a proceder como se tivesse frequentado o UEFA PRO.

Exactamente por não ter essa certificação, Hélder Duarte não pode sentar no banco nas competições africanas, sendo obrigado a acompanhar os jogos da sua equipa pela bancada. Aliás, nas mesmas circunstâncias, outro técnico português, Inácio Soares, que também treinou a Black Bulls, teve que orientar a equipa da bancada nos jogos das Afrotaças, e por isso, o técnico-adjunto Custódio Gune, com o Nível CAF-A, foi inscrito na ficha de jogo, como técnico-principal.  

Sobre a tolerância nos jogos do Moçambola, o director técnico da FMF, Arnaldo Salvado, justifica que a CAF abriu um parêntese para que as provas internas, as respectivas federações aceitem um nível superior ao máximo exigido no seu país, que no caso de Moçambique é o CAF-A, mesmo não existindo (ainda) equivalências estabelecidas entre as formações feitas na CAF, UEFA, sobretudo, e contrariando os regulamentos da federação.

Num passado recente, a FMF foi também benevolente com o antigo técnico sérvio da União Desportiva do Songo, Srdjan Zivojnov, campeão pelos “hidroeléctricos” em 2022, sem o nível exigido para treinar em Moçambique, mas, em pior circunstância esteve o seu adjunto, por sinal, compatriota e sobrinho, que só tinha frequentado o primeiro ano no curso superior de educação física no seu país.

Os “atropelamentos” da FMF às regras que ela cria não são de hoje, sobretudo quando se trata de mão-de-obra estrangeira. Também procedeu da mesma maneira em relação ao luso-moçambicano, Abel Xavier, antigo seleccionador nacional, que, na altura, não tinha o nível para treinar os Mambas.

Entretanto, Chiquinho Conde foi obrigado a participar, recentemente, num fórum de treinadores em Portugal, juntamente com Artur Semedo, para renovar a licença UEFA-Pro, porque de contrário, o seleccionador nacional seria impedido de sentar-se no banco nos próximos compromissos dos Mambas.

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