NARCISO NHACILA, em Portugal
Nove treinos depois, incluindo um jogo de controlo diante da equipa sénior masculina do Anadia FC, as “Guerreiras do Índico” cumpriram, ontem, o primeiro dia de folga no estágio pré-competitivo que observam desde a passada segunda-feira na Junta de Fraguesia de Sangalhos, município de Anadia, Distrito de Aveiro, região centro de Portugal.
O “cinco” nacional fez o primeiro treino no princípio da noite da passada terça-feira (8), um dia depois de ter chegado a Portugal, ido directamente de Maputo, onde vinha trabalhando, desde o passado dia 9 de Junho, na preparação da participação na 29.ª edição do Afrobasket sénior feminino, a decorrer em Abidjan, Costa do Marfim, de 26 de Julho a 3 de Agosto próximo.
Após o primeiro treino, ligeiro, para recuperar as energias e a disposição, depois de uma viagem de quase 18 horas, sendo 11 das quais no voo directo de Maputo a Lisboa e outras tantas da capital portuguesa Sangalhos, de autocarro, os dias subsequentes mostraram uma equipa intensa e que ensaiou várias situações do jogo.
O seleccionador nacional tem vindo a testar várias situações de jogo, desde a defesa ao ataque.
Os dias de trabalho, da semana passada, incluíram situações de pressão sobre o portador da bola ainda na primeira fase de construção ou de saída para o ataque.
Uma situação que propicia, por um lado, a recuperação da bola assim que o portador a colocar em jogo, e, por outro, abre a possibilidade de o próprio atacante, em caso de conseguir sair da pressão, engendrar um passe rápido e municiar contra-ataques que terminem em uma simples finalização, chamada aos postes ou mesmo os extremos para lançamentos longos.
Ao ensaiar essa forma de defender, Nasir Salé quer que a sua equipa seja activa no momento da posse de bola e do início dos ataques do adversário, não se limitando a defender, mas sim provocando crise de raciocínio no portador de bola, forçando a sua perda, maus passes ou a violação do tempo de oito segundos de permanência no seu meio-campo defensivo.
Entretanto, em sede de ataque são várias as situações que a equipa está a ensaiar, sabido o manancial táctico na posse do treinador.
Um dado interessante a reter é a insistência que o técnico tem feito às atletas para assumirem a necessidade de lançarem as bolas longas sempre que não estiverem defendidas ou que as suas defensoras ficarem presas nos bloqueios ou atrasadas na defesa.
Sem Odélia Mafanela e Tamara Seda, presentes no Ruanda-2023, mas ausentes da convocatória desde a primeira hora, por razões diferentes, Nasir Salé sabe que vai a este Afrobasket com uma tabela diferente daquela que na última década esteve na Selecção Nacional. Por isso, o jogo exterior deve assumir um papel importante no equilíbrio de forças com as fortes tabelas adversárias.
O treinador tem apelado à coragem de assumir a necessidade de tere de lançar jogadoras dotadas para tal, tais os casos de Sílvia Veloso, Bruna Argélio, Delma Zitha, Anabela Cossa, Rosa Cossa, Chanaya Pinto e Eleutéria Lhavanguana.