NARCISO NHACILA, em Abidjan
A Selecção Nacional Sénior Feminina de Basquetebol terminou em sexto lugar a sua participação na 29.ª edição do Afrobasket, que conheceu o seu epílogo ontem em Abidjan, Costa do Marfim. No sábado, em jogo para a atribuição do quinto e sexto lugares, Moçambique esteve irreconhecível diante dos Camarões e sofreu a derrota mais pesada da competição, com 20 pontos de diferença (60-40).
Assim, o “cinco” nacional iguala a sua pior classificação de sempre no Afrobasket, que já havia registado em Tunísia-2000, Madagáscar-2009 e Camarões-2015.
Como consequência da classificação, a Selecção Nacional terá de se submeter a uma eliminatória de qualificação ao Afrobasket de 2027, pois não conseguiu terminar entre os quatro primeiros lugares (que apuram directamente) e nem em quinto lugar, que podia aproveitar o facto do anfitrião estar entre os cinco primeiros lugares para ocupar a sua vaga.
O sexto lugar de Abidjan é revelador de uma tendência decrescente da força do “cinco” nacional no contexto africano.
Aliás, nos últimos 25 anos somente por três vezes a equipa terminou no pódio, nomeadamente com a medalha de prata, por ter se posicionado em segundo lugar quando jogou em casa em 2003 e 2013 e, ainda, por ter conquistado o terceiro lugar (bronze) em 2005 na Nigéria.
Nos últimos 10 anos somente por duas ocasiões Moçambique logrou chegar às meias-finais e terminar entre os quatro primeiros lugares, nomeadamente no Mali-2007 e Senegal-2019.
Antes de quedar-se, agora, em sexto lugar a Selecção Nacional havia terminado em quinto lugar consecutivamente nos Camarões-2021 e Ruanda-2023.
IRRECONHECÍVEL NUM
JOGO QUE VALIA ALGO
Depois de falhar o primeiro grande objectivo da competição, nomeadamente a qualificação às meias-finais, na noite de quinta-feira, quando perdeu diante do Mali por 86-68, Moçambique ainda tinha pela frente uma segunda ambiciosa meta por conquistar, nomeadamente o de terminar em quinto lugar.
O quinto lugar valia, quase que de forma segura, a qualificação directa ao Afrobasket de 2027, desde que um dos países apurados às meias-finais (Mali, Nigéria, Senegal e Sudão do Sul) submetesse a candidatura para a sua organização.
E porque os dados apontam que o Mali (entre os quatro primeiros) vai organizar o evento, o quinto classificado teria qualificação directa.
Mesmo assim, tal informação não motivou a equipa de Nasir Salé a lutar por algo, acabando por estar sempre na condição de defesa e a ver o adversário a ter a iniciativa de jogo.
Perdeu o primeiro quarto por 19-8 e o segundo por 18-11, saindo para o intervalo com uma desvantagem de 18 pontos (37-19).
No início da segunda parte o cenário de “desmotivação” não mudou e perdeu o terceiro quarto por 19-12, vendo aumentar a distância no marcador para 25 pontos a 10 minutos do final do jogo (56-31). Já com as duas equipas a assumirem que o resultado não mais se alteraria e praticamente a arrastarem-se em campo Moçambique ganhou o quarto período por cinco pontos de diferença (9-4) e fixando o resultado final em 60-40.
No geral, a participação do “cinco” nacional neste Afrobasket resultou em três vitórias e igual número de derrotas.
As vitórias foram na segunda jornada do Grupo “D”, ante o Ruanda (72-55), no “play-off “de acesso aos quartos-de-final ante a Guiné-Conacri (91-38) e, ainda, no primeiro jogo das classificativas do quinto ao oitavo lugar ante Uganda (76-58).
As derrotas foram diante da Nigéria (60-55), na terceira jornada do Grupo “D”, frente ao Mali (86-68) nos quartos-de-final e, no sábado, frente aos Camarões (60-40), na decisão do quinto lugar.