Antes do primeiro apito, muito antes de o público encher as bancadas ou a bola subir, há Homens que já passaram quase metade do dia no pavilhão. São eles os primeiros a chegarem e os últimos a sair. Carregam sacos de equipamentos, verificam o estado das bolas, limpam a quadra, dobram camisolas, organizam bancos, guardam histórias e, muitas vezes, também dão conselhos de vida aos atletas.
No basquetebol moçambicano os roupeiros são mais do que funcionários: são confidentes, mestres de disciplina e, acima de tudo, guardiões invisíveis do jogo.
O desafio conversou com três deles — Carlos António Chirindza (Tio Paulo), Naftal Munguambe (Matusse) e Alexandre Ernesto Monjane (Xandinho) — para conhecer a rotina, as memórias e o que significa viver à sombra dos holofotes, mas no centro da engrenagem de um clube.
MUITO MAIS DO QUE ROUPA LAVADA
Os três partilham rotinas longas, histórias de superação e a mesma certeza: o basquetebol não se faz apenas de cestos e defesas. Entre baldes, redes e uniformes, carregam o peso invisível do jogo.
Paulo resume num tom que poderia ser de todos:
“O basquetebol precisa de jogadores e treinadores, mas também precisa de nós. Sem o nosso trabalho, o jogo nem começa”.