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Mutola diz não acreditar que tenha sido a única moçambicana nascida para vencer 
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REPORTAGEM

MEMÓRIA: 25 ANOS DEPOIS DO OURO OLÍMPICO AINDA BRILHA

Nesta quinta-feira, 25 de Setembro, quando se celebrar o Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), assinala-se igualmente o 25.º aniversário de uma das maiores conquistas desportivas do país: a medalha de ouro olímpica conquistada por Maria de Lurdes Mutola, a mais bem-sucedida atleta moçambicana de todos os tempos.

Na segunda-feira do dia 25 de Setembro de 2000 o país parou literalmente. Com os olhos fixos na TVM e os ouvidos colados à rádio, todos aguardavam ansiosamente pela final dos 800 metros femininos nos Jogos Olímpicos de Sidney - uma corrida que simbolizava a vingança depois da frustração quatro anos antes, em Atlanta, onde Mutola conquistou “apenas” o bronze com o tempo de 1:58.71 minuto.

Desta vez, a estrela moçambicana não deixou os seus créditos em mãos alheias. Com uma performance extraordinária conquistou o ouro olímpico nos 800 metros, com o tempo de 1:56.15 minuto. Pela primeira (e até hoje única) vez, o hino nacional de Moçambique ecoou numa cerimónia de pódio olímpico, num momento de orgulho e emoção que se sentiu no país e na diáspora. Um ouro que ainda brilha 25 anos depois.

Como forma de homenagem a este feito inesquecível da atleta, que nos Jogos Africanos de Harare os zimbabweanos apelidaram de “Maputo Express”, publicámos hoje um excerto da última grande entrevista que concedeu a este Jornal.

Nela, Mutola reconhece que o sucesso alcançado foi fruto de talento, “sim”, mas também de “sorte” por ter encontrado as pessoas certas no momento certo. Recorda, por exemplo, que se instalou em Eugene, no Estado norte-americano de Oregon, após seguir um conselho que agradece até hoje. A partir daí, a atleta - que já dominava o continente africano - passou a conquistar o mundo. As medalhas começaram a multiplicar-se, com o ouro olímpico a marcar o auge de uma carreira verdadeiramente gloriosa.

Há 17 anos, a 19 de Agosto de 2008, colocou um ponto final à sua carreira competitiva. Desde então, Moçambique não conseguiu voltar a marcar presença numa final olímpica ou “Mundial”. As aparições em finais de competições continentais também têm sido raras.

Mesmo assim, a “Menina de Ouro” recusa a ideia de que tenha sido a única moçambicana nascida com potencial para conquistar uma medalha olímpica. 

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Foi fundado no dia 24 de Junho de 1987 como presente da Sociedade do Notícias aos desportistas por ocasião dos 12 anos de Independência Nacional, que se assinalaram nesse mesmo ano.