O futebol moçambicano está de luto, na sequência do desaparecimento físico na madrugada de hoje, segunda-feira, de António Fernando Honwana, ex-talentoso médio que se revelou no Clube de Desportos da Maxaquene, onde passou a ser conhecido por Antoninho Duba-Duba, por necessidade de diferenciá-lo do seu colega de equipa, o também meio-campista Antoninho Muchanga.
A morte do jogador, que já vinha sofrendo de complicações renais há muitos anos, ocorreu no Hospital Central de Maputo, para onde os familiares o levaram de emergência com o intuito de controlarem as suas complicações renais, que nos últimos anos já o haviam debilitado imenso, ele que com a ajuda da sua incansável esposa vinha recorrendo a consultas médicas na vizinha África do Sul.
Duba-Duba emergiu para o futebol nos pelados de Choupal (bairro 25 de Junho), mas foi nos juvenis da Texlom, em 1980, que começou a escrever a sua história como federado, treinado por Joaquim Alói. Um ano mais tarde juntou-se ao Maxaquene, onde conquistou o tri-campeonato (84, 85 e 86) e duas Taças de Moçambique.
Mais tarde, Duda-Duba mudou-se para outros clubes do sul, centro e norte do país, designadamente Despotivo de Maputo, Matchedje, Têxtil do Púnguè, Textáfrica de Chimoio e Ferroviário de Nacala, onde a sua vida futebolística terminou.
Jogador de imenso talento, Duba-Duba teve passagem pela Selecção Nacional. Entrou pela porta das Esperanças, que em 1985 disputaram a qualificação para os Jogos Olímpicos de Seul. Aliás, foi ao serviço dessa selecção que foi assediado, em Eswatine, pelos homens do Jomo Cosmos, da África do Sul. Teve uma passagem fugaz, porque adeptos influentes do Maxaquene aconselharam-no a retornar ao seu clube e obedeceu.
Em 1989, Antoninho Duba-Duba teve a rara sorte de prestar testes nos franceses do PSG, juntamente com Antoninho Muchanga, Rui Jonas e Nico Dangerman, mas apesar de o quarteto ter agradado ao staff técnico o processo desandou, por dissonância na conversa entre o empresário e os parisienses quanto aos moldes em que a transferência devia ocorrer.
De 58 anos, casado e pai de quatro filhos, Duba Duba continuava apaixonado pelo futebol. Fundador do Bubissa FC, nas horas livres também dava o apoio possível aos miúdos do seu Choupal, na Academia Tio Laje, assim designada em homenagem a um grande organizador de torneios de bairro.
À família enlutada, a Redacção Desportiva da Sociedade do Notícias endereça condolências à família enlutada.