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Clama-se pela valorização dos activos
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REPORTAGEM

O JOGADOR DEVE SER PREPARADO PARA SER ATRACTIVO NO NEGÓCIO

Numa altura em que o associativismo desportivo em Moçambique está em desuso e os clubes com cada vez menos sócios que pagam a sua quotização, clama-se por novas formas para arrecadar receitas.

Já lá se foram décadas em que certas individualidades, os chamados “carolas”, que financiavam os clubes, desapareceram. Paralelamente a isso, cresce de forma exponencial o número de pessoas desinteressadas pelo futebol nacional, mesmo em dia dos confrontos entre os chamados jogos grandes da nação.

Os adeptos estão mais preocupados em competições futebolísticas estrangeiras. Fala-se mais do Sporting, Benfica, FC Porto, Real Madrid, Barcelona, Inter e Bayern do que do Costa do Sol, Maxaquene, Desportivo, Têxtil do Púnguè, Textáfrica, Black Bulls, União Desportiva do Songo, Ferroviário, entre outros.

Os clubes acomodam-se em viver de valores de patrocínios fixos, sobretudo aqueles que estão na sombra de empresas integradoras, muitas vezes sem dar algo em troca. Há, por outro lado, um número reduzido de colectividades que conseguem convencer os parceiros a se juntarem às suas causas.

Questionamos: afinal o que se está a passar com o desporto nacional, em geral? E o vice-presidente da Federação Moçambicana de Futebol para a área de Estudos, Projectos, “Marketing” e Relações públicas, Gervásio de Jesus, responde com a afirmação de que o “marketing” desportivo, que devia ser a arma para salvar os clubes, é uma ferramenta marginalizada e nunca tida para a captação de receitas. “Vários clubes têm a figura do dirigente para essa área. Não sei se por desconhecimento ou não, mas não priorizada no desenvolvimento deles”. Mais adiante, refere que os clubes deviam privilegiar os fundamentos dessa área para se edificarem, principalmente para aqueles que têm infra-estruturas. “Esses têm melhores condições de capitalizá-las e ganhar dinheiro, mas infelizmente não o fazem”, afirmou.

Para De Jesus, os clubes nem sequer conseguem “promover a imagem dos seus atletas, nem crir produtos ou serviços relacionados, que seria uma estratégia para ir à procura também de mais sócios, aumentar a visibilidade de marcas ou de envolvimento financeiro com a exposição das marcas em painéis publicitários em equipas ou atletas em troca da exposição da marca pelo patrocinador”.

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Foi fundado no dia 24 de Junho de 1987 como presente da Sociedade do Notícias aos desportistas por ocasião dos 12 anos de Independência Nacional, que se assinalaram nesse mesmo ano.