O Desportivo da Matola e o Ferroviário de Nacala empataram (0-0) ontem em duelo da 9.ª jornada do Moçambola, numa partida em que a magia de Agenor ainda tentou apimentar uma partida monótona.
Desde o apito inicial, foi o Ferroviário de Nacala que pegou na batuta do jogo, assumindo o protagonismo ao instalar-se no meio-campo adversário, jogando em bloco alto, pressionante, encostando os homens da Matola às cordas. Agenor, o maestro do meio-campo nacalense, foi “gigante” com a bola colada ao pé, distribuiu jogo, recuperou bolas e fez esquecer que o relvado estava seco e traiçoeiro.
Ainda assim, a primeira grande oportunidade foi do Desportivo da Matola com duplo remate à baliza de Ivane, sendo o segundo enquadrado, uma cabeçada algo tímida, mas suficiente para gelar os poucos adeptos nacalenses presentes por breves segundos.
Aos 41 minutos, começou o festival do Agenor que quase marcava num remate à meia distância que fez tremer a baliza de adversária. Aos 43, foi Sataca a meter o pé com intenção e se não fosse a grande defesa de Arcanjo, teria se gritado golo do Ferroviário.
O Desportivo da Matola, que até então somava apenas um ponto em oito jornadas fruto de um empate e sete derrotas, soltou-se. Empurrou o bloco para a frente e equilibrou as operações. Phaka e Dedone começaram a causar calafrios à defensiva contrária, obrigando Ivane a manter os olhos bem abertos.
Aos 70 minutos, Arcanjo voltou a ser herói, num lance rápido de transição, Sataca desmarcou-se na esquerda e atirou cruzado. O guardião da Matola esticou-se e negou o golo com a ponta da luva, uma defesa monumental que levantou os adeptos das cadeiras.
Nos minutos finais viu-se as duas equipas a correrem atrás do golo salvador, mas debalde e aos 90+4 o árbitro apitou para o fim, encerrando um capítulo de futebol combativo e de luta até à última gota de suor.