Foram hoje a enterrar os restos mortais de Filipe João Chaimite, ex-guia da atleta paralímpica Edmilsa Governo, falecido no domingo, vítima de atropelamento de comboio, debaixo da ponte da Machava, localizada perto da zona vulgarmente conhecida por bananeiras, arredores da capital do país.
Dezenas de amigos e familiares fizeram-se hoje pouco depois da 10.00 horas ao Cemitério de Michafutene para darem o último adeus a Chaimite, que em vida também foi atleta do Matchedje de Maputo, onde começou como velocista e terminou como lançador, devido a uma lesão que o impedia de correr.
Antigos colegas estiveram em peso, sobretudo do Matchedje, mas na onda de solidariedade também deve destacar-se a presença de atletas das províncias, que fim-de-semana participaram na corrida de homenagem a Lurdes Mutola e que ainda se encontram em Maputo para participarem numa légua agendada para o próximo dia dois de Novembro.
Interessa recordar que na qualidade de guia de Edmilsa Governo, Filipe Chamite partilhou alguns sucessos, sendo o maior deles a medalha de bronze conquistada na final dos 400 metros rasos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, em 2016.
Nessa final, Edmilsa cruzou a linha da meta com o tempo de 53,89 segundos, marca que viria a ser o novo recorde africano da distância, ao mesmo tempo que a atleta escrevia história no país, ao conquistar a segunda medalha olímpica de sempre, 16 anos depois que Lurdes Mutola conquistou o ouro em Sydney, Austrália.
Refira-se que Chaimite deixa órfãos dois filhos, um rapaz de seis anos e uma menina de seis meses, frutos da relação com a atleta Salomé Mugabe, que exerce cumulativamente as funções de Chefe do Departamento de Atletismo Clube Ferroviário de Maputo.
Para que conste, Salomé é a actual recordista nacional do lançamento de dardo, com a marca de 42,91 metros, estabelecido a 7 de Maio de 2011, em Maputo, bem como do peso, com o registo de 15,63 metros, estabelecido a 12 de Abril de 2018, em Gold Coast, Austrália, no decurso dos Jogos da Commonwealth.
