Em quase 50 anos de independência nacional, seis clubes que se sagraram campeões perderam a relevância no panorama futebolístico nacional. Entre eles, há dois centenários, nomeadamente o Grupo Desportivo de Maputo, com seis campeonatos conquistados, e o Maxaquene, com cinco. As outras são o Textáfrica do Chimoio, campeão nacional (1976), Têxtil do Púnguè, Matchedje de Maputo e Liga Desportiva de Maputo.
O Textáfrica é, neste momento, o único dos seis campeões que vai disputar o Moçambola este ano, mas é importante ressalvar que foi repescado devido à desistência do Brera Tchumene.
Lembrar que, depois da conquista da primeira prova, os “fabris” da Soalpo podiam ter conquistado o segundo campeonato consecutivo, em 1977, se o avançado Miguel Xavier, já falecido, tivesse finalizado com sucesso uma jogada que se desenrolou nos instantes finais da partida frente ao Desportivo que, empatando, conquistou o seu primeiro campeonato, vingando-se do 3-1 sofrido na partida decisiva de 1976.
O Textáfrica continuou a emprestar o seu poderio futebolístico, mantendo praticamente a mesma base do primeiro campeonato após a independência, com vários jogadores com os quais já tinha vencido outros campeonatos até 1974.
Participou na fase final de 1979, prova ganha pelo Costa do Sol, terminando na terceira posição, também atrás do Maxaquene, vice-campeão.
Os “fabris” voltaram a ser vice-campeões na época de ´80, com menos um ponto que o campeão Costa do Sol, que fazia a “dobradinha”, mas esteve fora da fase decisiva do campeonato seguinte, em 1981, o mesmo acontecendo na temporada seguinte.
Em 1983, numa prova disputada no sistema clássico de todos-contra-todos, em duas voltas, terminou no modesto quinto lugar. E, a partir daí, o Textáfrica nunca mais voltou a ser o mesmo, perdendo o estatuto de candidato ao título. Mais tarde, os problemas financeiros passaram a ser o “pão de cada dia” e até hoje o clube alterna entre subidas e descidas de divisão.