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ENTREVISTA

UZARAS: UM CONTRATO DE CORPO E ALMA!

Por vezes, 100 dias bastam para mudar o rumo de uma história. No caso do Grupo Desportivo de Maputo, bastaram para que o leme do seu comando técnico passasse das mãos de Amade Chababe para as de um nome que pulsa no coração de muitos “alvi-negros”: Uzaras Mahomed.

Atravessando um dos momentos mais delicados da sua longa e rica história, o clube aposta novamente na prata da casa, recorrendo ao passado para tentar reconstruir o futuro.

“O Desportivo é o único clube onde não posso trabalhar contratualmente. Entrego-me de corpo e alma. Estou aqui para servir, não para ganhar”, confessa Uzaras.

Foi no início de Fevereiro que Amade Chababe, figura bem conhecida na tribo do futebol nacional, assumia as rédeas da equipa principal com o objectivo claro de formar talentos e recolocar o clube na rota do Moçambola. Porém, cem dias depois, a estrutura técnica sofre uma reconfiguração. Chababe mantém-se ligado ao clube, mas agora como director técnico, passando o testemunho a Uzaras Mahomed, campeão nacional e vencedor da Taça de Moçambique em 2006, que regressa à casa onde escreveu páginas de glória.

O novo timoneiro não escondeu o orgulho pelo regresso, mas também não mascarou as dificuldades. “O meu regresso é simplesmente porque o clube é como uma pátria. Nós nascemos no Desportivo. Estou aqui para servir, não por questões financeiras, mas porque devo ao Desportivo tudo aquilo que sou no futebol.”

devolver orgulho

aos nossos adeptos

A missão não é simples. Mais do que vitórias, Uzaras traz consigo uma visão de reconstrução: estrutural, técnica e emocional. Aposta na mística do passado, na mobilização da família “alvi-negra” e na valorização de recursos internos. “Vim emprestar o meu saber e ajudar a encontrar soluções extra-futebol. O Desportivo não pode viver eternamente dependente do mercado. Temos de potenciar o que temos dentro de casa, tal como sempre foi o nosso ADN.”

Ao lado de Sérgio Faife Matsolo – outro histórico do clube – e com o apoio de Chababe, agora na direcção técnica, Uzaras promete um modelo de jogo que resgata a identidade que em tempos encantou os relvados moçambicanos:

“Queremos recuperar a nossa mística. O Desportivo sempre praticou um futebol técnico, de toque curto, alegre. É isso que queremos devolver ao campo, para voltar a encher as bancadas e devolver orgulho aos nossos adeptos.”

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Foi fundado no dia 24 de Junho de 1987 como presente da Sociedade do Notícias aos desportistas por ocasião dos 12 anos de Independência Nacional, que se assinalaram nesse mesmo ano.