O tempo corre e o relógio parece não dar tréguas a Baciro Candé. Faltam precisamente 14 dias para o contrato que liga o técnico guineense ao Clube de Desportos da Costa do Sol chegar ao fim e até aqui nenhuma decisão foi anunciada quanto à sua renovação. O acordo, rubricado a 17 de Fevereiro deste ano, expira no próximo dia 30, deixando no ar um clima de incertezas em torno do destino do experiente treinador, que assumiu o comando técnico dos “canarinhos” num momento conturbado e improvável.
Candé chegou a Maputo como solução de emergência, depois de o português Nélson Santos - contratado em Dezembro de 2024 - ter abandonado o barco inesperadamente no início de Janeiro, antes mesmo de se estrear oficialmente. A direcção, liderada por Alberto Banze, viu-se forçada a procurar uma alternativa rápida e segura, encontrando em Baciro Candé o perfil ideal para estabilizar uma equipa construída por outro técnico.
O ex-selecionador da Guiné-Bissau aceitou o desafio e trouxe consigo o compatriota Burra, o português Ricardo Sabino e o zambiano Derrick (por empréstimo), na expectativa de reluzir o brilho dos “canarinhos”.
Apesar de não estar nos planos iniciais da direcção, Candé procurou, desde o primeiro dia, imprimir a sua marca. Assumiu o comando com a serenidade de quem conhece o peso das bancadas e o eco das exigências de um clube histórico. O Costa do Sol, recorde-se, é um dos emblemas mais titulados do futebol moçambicano, mas há muito que procura reencontrar a sua mística vencedora.
Contudo, os resultados no Moçambola ficaram aquém das expectativas. Em 20 jornadas, o Costa do Sol somou seis vitórias, dez empates e quatro derrotas - um registo que praticamente o afastou da corrida pelo título nacional. Com 15 golos marcados e 12 sofridos, os “canarinhos” apresentam uma performance marcada por equilíbrio defensivo, mas também por uma evidente falta de eficácia ofensiva.
Para piorar, caiu prematuramente na Taça de Moçambique, prova que detém recorde de conquistas: 13.


