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DUPLO DUPLO

A VULNERABILIDADE AO SUBORNO QUE AS GREVES DOS “MAMBAS” INSINUAM

O CAN de Marrocos-2025 está ao virar da esquina e há pouco mais de uma semana, enquanto decorria a Data-FIFA do presente mês de Novembro, a Selecção Nacional de futebol voltou a estar na rota de colisão com a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) por, ao que se sabe, ter havido um mal-entendido relativamente a eventuais valores que esta teria recebido da sua congénere do Marrocos para aí ir fazer um jogo de carácter particular.

Pelo que soubemos, os jogadores queriam que, em sede de uma verba que a FMF ia receber ou recebeu da sua congénere do Marrocos, lhes fossem atribuídos uma parte.

Também pelo que apurámos, a FMF fincou pé que não havia dinheiro envolvido e teria disponibilizado aos capitães uma cópia do contrato com a sua congénere marroquina, provando que não havia dinheiro envolvido, motivo que fez com que a greve esmorecesse por falta de sustentabilidade.

Seja se, desta vez, a razão estava do lado da FMF e que, das outras, esta esteve do lado dos jogadores, certo é que somos dados a admitir que a ocorrência de forma quase cíclica de greves e o ambiente de desconfiança em matéria de divisão justa do dinheiro por parte dos “Mambas” torna a nossa Selecção Nacional vulnerável e pouco credível.

E isso é perigoso!

Perigoso para a imagem da Selecção Nacional e, por maioria de razão, para a imagem do país.

É igualmente perigoso porque torna a equipa apelativa à acção de grupos de criminosos que florescem, principalmente, na lucrativa indústria das apostas desportivas.

Isto é, se as greves dos “Mambas” continuarem e as notícias espalharem-se pelo mundo, o que pode acontecer é que a Selecção Nacional estará a transmitir a ideia de espaço fértil para que sindicatos de criminosos, que actuam nas apostas desportivas, se aproximem.

E se tal acontecer, em cadeia, nenhuma selecção séria vai querer jogar, a menos em partidas oficiais e inevitáveis, com um adversário que os seus jogadores podem estar na mira do sindicato do crime organizado das apostas desportivas.

Porque ninguém vai querer manter qualquer tipo de relacionamento com uma selecção que está quase sempre em greve e não se sabendo se, quando for a jogar, seus jogadores não terão recebido dinheiro de criminosos das apostas desportivas para facilitarem de acordo com os interesses daqueles.

Aliás, os malefícios destas greves não se esgotam neste aspecto específico.

Basta ver que, a nível interno, empresas e pessoas de boa fé dificilmente vão querer patrocinar uma equipa que, volta e meia, está em greve. Uma equipa que corrói a credibilidade da sua imagem aos olhos de potenciais parceiros económico-financeiros.

Por isso, é urgente a FMF e o Governo, em última instância, sanear o ambiente de desconfiança que existe nos “Mambas”. A FMF, por ser ela que tem a prerrogativa legal de mandato sobre os “Mambas” a nível internacional, e o Governo, porque a Selecção Nacional  representa o extracto humano e populacional que tem poder sobre ele.

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Foi fundado no dia 24 de Junho de 1987 como presente da Sociedade do Notícias aos desportistas por ocasião dos 12 anos de Independência Nacional, que se assinalaram nesse mesmo ano.