Texto de Narciso Nhacila, Alberto Tsenane, Ginoca Mafutine e Florência Camilo
Cinco dias depois de o país ter celebrado 25 anos depois da conquista, por Lurdes Mutola, da única medalha de Ouro Olímpica, ao vencer a final dos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, na Austrália, com o impressionante tempo de 1:56.15 minuto, figuras ligadas à modalidade concordam que o país não soube tirar proveito do impacto das conquistas da “rainha das duas voltas” para desenhar políticas ambiciosas e investir na modalidade.
Agora, 25 anos depois da maior façanha desportiva do país em 50 anos de independência, de outrora país que também por força dos feitos de Lurdes Mutola tinha o seu nome e hino nacional a ecoar nos mais diversos estádios do mundo, Moçambique praticamente sumiu do mapa do atletismo global.
Como que a provar que bastou Lurdes Mutola deixar de competir para o país perder expressão no mundo do atletismo e até olímpico, na recém-terminada 20.ª Edição dos Campeonatos do Mundo de Atletismo que decorreram em Tóquio, Japão, de 13 a 21 de Setembro corrente, Moçambique fez-se representar somente por uma atleta, Cecília, barreiras. Incapaz de se impor ao mais alto nível, a velocista foi afastada logo na primeira eliminatória, terminando, logo no início, a participação de Moçambique naqueles campeonatos do mundo.
O exemplo destes campeonatos do mundo repete-se em outros eventos de nível continental e mundial, onde, em bom rigor, desde que Lurdes Mutola deixou de competir há 17 anos, mormente a 29 de Agosto de 2008, aquando dos Jogos Olímpicos de Beijing, na China, o país também deixou de ter uma representação condigna.