O ministro da Juventude e Desporto, Caifadine Manasse, manteve ontem o seu primeiro encontro oficial com 21 federações desportivas nacionais desde que foi nomeado pelo Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, em Janeiro deste ano.
Durante a reunião, o ministro partilhou a visão do novo Executivo para o sector, com foco na promoção do desporto como instrumento de paz, harmonia e desenvolvimento social.
As preocupações das federações centraram-se na escassez de financiamento, fragilidades das infra-estruturas e necessidade de maior coordenação e comunicação com o ministério. Manasse reconheceu os desafios e garantiu que o Governo está a trabalhar para diversificar as fontes de financiamento e reforçar os recursos destinados ao sector.
Destacou ainda que o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para este ano prevê um conjunto de actividades desportivas devidamente orçamentadas, o que representa um avanço em relação aos anos anteriores.
Um dos compromissos assumidos durante o encontro foi a realização de uma reunião nacional do desporto, que reunirá representantes de todas as associações provinciais para discutir e alinhar estratégias em torno do futuro do desporto nacional. “Queremos uma actuação coordenada, com linhas claras para todas as federações. Chega de actuações fora do contexto”, sublinhou Manasse.
Apesar do ambiente considerado harmonioso, o governante não deixou de fazer reparos. Rejeitou a ideia de que o ministério deva ser pressionado constantemente para resolver todas as questões e apelou à responsabilização das federações e dos seus dirigentes. Foi também firme ao afirmar que a instituição não irá repetir os erros do passado, numa referência a casos mal resolvidos herdados da extinta Secretaria de Estado do Desporto.
Outra inquietação abordada foi a alegada desigualdade de tratamento entre federações. O Ministro foi categórico: “Não há filhos nem enteados. Todas as federações são tratadas de forma igual. Algumas aparentam receber mais atenção por estarem ligadas a modalidades de massas, mas o nosso compromisso é com a equidade.”
O reforço da comunicação entre o ministério e as federações foi apontado como essencial para evitar surpresas, especialmente em relação à participação em competições internacionais. Manasse apelou para que os planos de actividades sejam partilhados com a devida antecedência – pelo menos seis meses – para garantir um apoio eficaz.
No que toca à transparência, o dirigente destacou a necessidade de prestação de contas por parte das federações, tanto em relação aos recursos recebidos do Estado como perante os seus associados.
“Transparência e responsabilização são pilares que vamos exigir, para que o desporto moçambicano recupere a sua credibilidade”, reforçou.
