O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo reconheceu a legalidade da assembleia-geral extraordinária realizada a 1 de Fevereiro deste ano, em que Inácio Machele foi eleito presidente do Clube de Golfe da Polana, apesar da forte contestação da direcção cessante, liderada por José Salomão Manhiça, vulgo Samito.
Para dar asas ao seu repúdio, Manhiça intentou uma providência cautelar, através da qual pede a suspensão da deliberação dos sócios da colectividade, alegando várias questões, sobretudo o facto de não ter sequer tido conhecimento da realização da aludida assembleia-geral.
O tribunal tentou produzir consenso entre as partes, o que não foi possível. No decurso da audição, o requerente não teve argumentos para provar as suas alegações e foi provado que teve conhecimento da realização da assembleia, para a qual foi devidamente convocado. Ademais, ficou provado que foi o próprio Manhiça que mandou afixar na vitrina do clube a convocatória da assembleia por si assinada.
Face a estas e demais evidências, o tribunal julgou improcedente a providência cautelar não só pelas evidências, mas sobretudo porque ela deu entrada fora do prazo previsto por lei, que é de cinco dias a partir da data da realização da AG. Sucede que Manhiça requereu a providência cautelar com 20 dias de atraso, o que pesou para que as suas pretensões caíssem por terra.
A direcção dirigida por Inácio Machele, um dos melhores golfistas do clube, tomou posse no dia 9 de Fevereiro, mas pouco mais de um mês depois a mesma tomava conhecimento desta acção judicial, que agora chegou ao fim e que dá liberdade ao novo elenco para dirigir os destinos do golfe maputense.
O mandato da direcção de Machele vai durar até Maio de 2026, segundo os estatutos do clube, mas diligências vão ser feitas para que os estatutos sejam revistos, no sentido de os mandatos passarem a ser, no mínimo, de dois anos.
“Recebemos o despacho no dia 14 deste mês e estamos felizes por sermos considerados uma direcção legítima. Convido a todos os sócios, incluindo ao meu irmão José Manhiça, para trabalharmos juntos, unidos, e deixarmos as diferenças para trás. Sou por uma direcção inclusiva. Quero que todos nós pensemos no futuro, nos nossos filhos, que precisam de aprender a modalidade num clima são e harmonioso, sem desavenças. Temos de ser um bom exemplo para eles, que serão os nossos substitutos. Esta deliberação é a favor de todos os sócios. Temos que respeitar as leis e a nós mesmos”.
Acções imediatas já estão em vista. “Vamos preparar a nossa presença na 12.ª Gala do Desporto, a 12 de Junho próximo. Temos de mostrar aos governantes do país e a todos que vão estar na Gala que o golfe não só é importante como modalidade competitiva, mas também serve para impulsionar o turismo”, disse Inácio Machele, reagindo ao despacho.