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ROMÃO “REINA” NOS RELVADOS DE ESWATINI

José Romão, mais conhecido por Romão, sagrou-se campeão de Eswatini ontem. O seu clube Nsingizini Hotspurs terminou em primeiro lugar da prova do campeonato nacional de Eswatini, com 60 pontos. O avançado moçambicano Romão amealhou o título, vencendo o Sidvwashini United por 5-0 na última jornada da prova.

À entrada para a última jornada, a equipa de Romão tinha 57 pontos, mais um que Rola Leopards que recebeu o Green Mamba, terceiro classificado com 52 pontos. Apenas a vitória interessava para Romão.

É o ressurgir de um jogador que desde os primeiros passos mostrou seu talento nos relvados. Mas as lesões sempre colocaram as suas habilidades em causa. Romão, de 24 anos, foi responsável pela primeira vitória do extinto Brera Tchumene no Moçambola.

Fez parte da Taça Cosafa dos Sub-20, em 2019, tendo marcado dois golos na vitória de Moçambique contra as Ilhas Seychelles por 3-1, partida na qual foi nomeado homem de jogo.  No Brera Tchumene fez apenas alguns jogos e depois veio um ciclo de lesões que o afastaram dos relvados.

“Fiz o primeiro jogo contra o Desportivo Nacala. Depois joguei contra o Textafrica. Foi nessa partida que contraí lesão. Mesmo lesionado cheguei a fazer uma partida diante do ESFA e depois disso a minha situação piorou”, relembra. A lesão levou muito tempo para passar. Quando recuperou-se já tinha perdido espaço no onze do Brera. Sem jogos no clube, a solução passava por emigrar para uma outra equipa.

CHEGADA AO NSINGIZINI

O Nsinguzini Hotspurs, do Eswatini, foi a porta para o avançado moçambicano, num empréstimo de seis meses. Uma outra realidade a que estava fora dos seus padrões. O formato da disputa do campeonato, o clima e a língua constituíram um dilema na adaptação do Romão. Foi dando uma semana para provar o seu valor nos treinos. E o teste só tinha uma semana.

“Quando cheguei não tinha ritmo e para piorar vinha de um período de férias. Era um ambiente diferente. Era uma equipa que quase todos se conheciam e já tinham ritmo. Cheguei na segunda volta. Então a minha adaptação não foi fácil. No primeiro e segundo dia treinei como avançado. Só que os técnicos perceberam que tinha muita velocidade e decidiram me testar como extremo. Mudaram a minha posição e foi mais complexo para me adaptar”.

Sendo um batalhador nato, Romão começou a dar o melhor de si em cada treino e não tardou para se integrar na equipa. “Queria jogar. Por isso, deu o meu máximo para poder me entrosar com os colegas. Sendo já a segunda volta, não foi uma tarefa fácil. O campeonato daqui tem 26 jornadas. Tinham restado apenas 12 jogos por se disputar. Sabia que tinha de aproveitar cada oportunidade que surgisse. E quando me deram a primeira chance, não desperdicei”.

Romão alinhou pela primeira vez no clube na ronda 14 da prova, ou seja, na segunda jornada da II volta do campeonato. “Entrei logo a titular nos primeiros quatro jogos pelo clube. Depois passei a entrar a substituir. Mas, bom de tudo, fiz todos jogos até ao fim da competição. Nunca mais joguei como avançado. O meu treinador adaptou-me como extremo. É uma posição que me sinto bem”, afirma.

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