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LINHA DE PASSE

E SE OS MAMBAS FIZESSEM MAIS JOGOS?

Por mais que se tente disfarçar, o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) parece não comungar das mesmas ideias. Aliás, é entendimento do técnico que os Mambas deviam fazer um melhor aproveitamento das Datas-FIFA, jogando com combinados que vão de encontro com as suas perspectivas.

Antes do anuncio da partida particular com a África do Sul, a ter lugar hoje, Chiquinho e os seus superiores falaram sobre a possibilidade da realização de partidas na Europa e Marrocos, no aproveitamento da Data-FIFA, em vigor, de 2 a 10 de Junho, mas a FMF preferiu aceitar o convite da Federação Sul-Africana de Futebol e Chiquinho Conde declarou que sentiu triste com isso.

A FMF terá, de certeza, uma justificação para optar pelo jogo com a África do Sul e único desse período e, pelo que tem sido habitual, os motivos são pelo facto da vontade do seleccionador ser mais onerosa.

Entendo que, quando há limitações nesse sentido, as ambições vão na mesma proporcionalidade. Não se pode pensar em algo supremo em regime de austeridade rigorosa. Neste caso, Chiquinho limita-se a trabalhar com o que tem e fazer o que pode porque a federação não tem como fazer um exercício maior para ir de encontro aos planos do seleccionador.

As partidas de controlo não devem ser feitas de forma aleatória porque o treinador não escolhe jogar com este ou com aquele por acaso. É nesses jogos que o técnico encontra melhores ilações sobre o estágio da equipa e trabalhar no sentido de melhorar este e aquele aspecto. Também é preciso entender que não será todos os dias que Moçambique terá convites para jogar na Europa, nem em Marrocos.

Espero que nas partidas do Torneio da COSAFA, onde evolui a selecção de sub-23, e naquela que a equipa principal vai fazer frente o combinado da África do Sul, possa servir para Chiquinho Conde ter melhores informações e possa criar melhores mecanismos para enfrentar os próximos jogos do grupo G, de qualificação ao Mundial, a terem lugar em Setembro, o primeiro, no dia 1, diante do Uganda, e depois, a 8, a selecção do Botswana, lembrando que neste grupo, Moçambique está em segundo lugar, com 12 pontos, atrás da Argélia, que mais três, estando a frente do Botswana e Uganda, ambos com nove pontos, Guiné-Conacri, sete, e Somália, um.

Falo sobre este aspecto porque creio que a ambição de chegar ao Mundial está sempre presente, mesmo que se tenha a Argélia como mais favorita a terminar em primeiro lugar no grupo, existe a possibilidade de qualificação a partir da disputa dos “play-offs”, na corrida pelos melhores segundos classificados.
Não se pode descurar que a preparação hoje serve para para uma outra campanha extremamente importante e ao alcance dos Mambas, o próximo CAN, que vai decorrer de 21 de Dezembro deste ano, a 18 de Janeiro de 2026.

Na fase final da prova transacta Moçambique, recorde-se, despertou a atenção do continente ao empatar com o Egipto e Gana, sempre potências do futebol africano, mas, uma vez mais, não conseguiu passar da fase de grupos. Pelo que, Moçambique vai entrar no próximo CAN, a enfrentar a primeira fase da competição, inserido no grupo F, a procura, em primeiro lugar da primeira vitória na prova e de conseguir a qualificação à fase seguinte, começando por jogar com a Costa do Marfim (24 de Dezembro), Camarões (28) e diante do Gabão (31), no encerramento da fase de grupos.

Portanto, querendo “pensar alto”, será determinante solidificar (ainda mais) a estrutura do nosso futebol.

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