Desde as derrotas em Março de 2023 com o Senegal por 0-1, em Maputo, e 5-1, no Dakar, de qualificação ao CAN, que a Selecção Nacional de Futebol não perdia dois jogos seguidos. Com o desaire de terça-feira diante da África do Sul por 2-0, num amigável realizado em Polokwane, esse registo que durava a mais de dois anos quebrou-se, isto porque, antes deste encontro, os “Mambas” tinham sido goleados na Argélia por 5-1, em Argel, na quinta jornada do Grupo “G” de Qualificação para o Mundial-2026.
Quando questionado a propósito desse registo, o Seleccionador Nacional, Chiquinho Conde, mostrou-se sereno e confiante.
“Estou aqui há quatro anos. Já perdi algumas vezes, ganhei outras e continuamos o nosso percurso. O nosso foco é nos jogos de apuramento ao ‘Mundial’ e, muitas vezes, quando se perde não podemos só ver coisas negativas, mas também boas que observamos e vamos capitalizar para usarmos nos jogos que aí vêm”, defendeu.
Chiquinho Conde admitiu que na terça-feira a equipa voltou a ter dificuldades nas transições defesa-ataque como já tinha acontecido contra a Argélia. Ainda assim, afirma que continuará firme na sua ideia de jogo.
“Temos um modelo de jogo pré-definido e uma ideia. Não gostamos de bater a bola para frente, jogar no erro do adversário. Não estaremos a fazer nada, isso não é futebol. Os erros ao sair a jogar dependem muito da nossa concentração, da capacidade técnica e de perceber o jogo. Vamos insistir nisso. As falhas são ingénuas e vão acontecer umas vezes mais, outras vezes menos. Mas vamos insistir naquilo que acreditamos. Foi isso que nos levou até aqui”, afirmou.
Chiquinho Conde justificou a má exibição com o pouco tempo de preparação e a falta de ritmo.
“No contexto de selecção não temos muito tempo para trabalhar. Os jogadores vêm de diferentes clubes e em pouco tempo temos de tentar trabalhar e aproveitar cada momento, o que é muito difícil. Agora, para outra campanha, teremos mais tempo.
O Moçambola terminou em Outubro (2024) e só começou em Maio (2025). Muitos jogadores estão sem ritmo e notou-se perfeitamente a grande dificuldade de jogarem neste contexto”, explicou.
Ainda sobre o que condicionou o desempenho da equipa nacional, chamou atenção para a ausência de alguns titulares.
“A FIFA já cria esse espaço para que nós, selecções nacionais, possamos competir. Gostaríamos de preparar dois jogos e no final só surgiu um convite da SAFA para virmos cá. A maior parte dos jogadores que jogam no estrangeiro não estavam disponíveis, já tinham as suas férias programadas e alguns nem sequer estavam motivados para estar aqui hoje (terça-feira)”, disse.
Abordando o futuro e sobre como é que pensa preparar a equipa para as partidas (Uganda e Botswana) em Setembro, já a contar para o “Mundial”, o técnico disse: “faltam até lá cerca de três meses e nessa altura teremos outra realidade, outros jogadores e contexto diferente. Os jogadores do Moçambola terão mais tempo de jogo e isso vai ajudar-nos a fazer um melhor scouting e não vai fugir muito à nossa ideia”, arrebatou.