NARCISO NHACILA, em Abidjan
Moçamboique defronta, às 14.00 horas, a sua congénere da Guiné, em jogo de “play-off” de acesso aos quartos-de-final da 29.ª edição do Afrobasket, que decorre desde sábado e prolonga-se até domingo, em Abidjan, Costa do Marfim.
O jogo entre moçambicanas e guineenses, o primeiro da segunda fase da competição, é de extrema importância por dois motivos. Primeiro, porque quem ganhar continua em prova e ainda pode manter o sonho de ser campeão e, segundo e em sentido oposto, quem perder é prematuramente eliminado, vendo frustrado os seus propósitos no evento mais importante de basquetebol feminino em África.
Por isso, é um jogo encarado com as necessárias e indispensáveis cautelas, mau grado existirem notáveis diferenças de qualidade entre as duas equipas.
Na primeira fase, Moçambique esteve no Grupo “D” e lutou pelo primeiro lugar, cedendo para a Nigéria que ganhou com cinco pontos (60-55) depois da vitória sobre o Ruanda (72-55).
Por sua vez, a Guiné não teve vida fácil no Grupo “C”, onde terminou em terceiro e último lugar com dois pontos, resultantes de igual número de derrotas ante o Senegal (92-48) e Uganda (88-51).
O vencedor deste jogo terá pela frente, nos quartos-de-final agendados para amanhã, o Mali, vencedor do Grupo “B”.
As malianas passaram por cima do Sudão do Sul (55-53) e Camarões (75-49).
Entretanto, sobre o jogo desta tarde, o Seleccionador Nacional, Nasir Salé, reitera o respeito com as guineenses e anota que a posição ocupada por uma equipa na fase de grupos pouco importa se todas, incluindo as que já se apuraram para os quartos-de-final, ainda podem ser campeãs.
“A Guiné Conacri posicionou-se em terceiro lugar, mas este modelo competitivo dá-nos muitas possibilidades. Isso significa que qualquer selecção vai jogar até ao fim”, alerta o treinador que não quer as suas atletas a andarem em “salto alto” na quadra.
“O facto da Guiné ter-se posicionado em terceiro lugar não significa que é uma selecção fraca. Quando se chega a este nível, qualquer equipa tem o seu valor. Nós vamos continuar a respeitar a Guiné de tal sorte que estamos a preparar este jogo com a máxima responsabilidade. Aliás, temos de corrigir que nos terá custado a derrota contra a Nigéria, nomeadamente os turnovers, as falhas nos lances livres e nos triplos. Esses detalhes negativos foram cruciais para a derrota diante da Nigéria”, recordou o treinador que teve uma noite mal passada de segunda-feira para ontem, depois da derrota ante a Nigéria.
O seleccionador lembra que o jogo esteve controlado durante grande parte do tempo, tendo sido perdido na ponta final e a preço de uma combinação de factores.
“Terminámos a primeira parte contra a Nigéria à frente do marcador (28-24) e, se calhar, ainda tivemos metade do terceiro período à frente do resultado. Depois pecámos muito em algumas rotações defensivas e não bloqueámos o suficiente para evitar sofrer triplos. Para piorar, faltou-nos certa clarividência ofensiva. Falhámos cestos fáceis e lances livres. A este nível e contra um adversário deste gabarito, temos de ter alguma certeza do que tem de ser o nosso poderio ofensivo”, lamentou o treinador.
Porque o passado vive no Museu, sobre o futuro, que passa pelo jogo desta tarde, a capitã Leia Dongue não quer embandeirar em arco e faltar respeito a Guiné Conacri.
“A este nível não há jogos fáceis. Estamos confiantes de que vamos conseguir passar para os quartos-de-final”, disse a poste.
Refira-se que, além do Moçambique–Guiné Conacri, há mais três jogos de acesso aos quartos-de-final.
Às 17.00 horas, o Egipto mede forças com o Sudão do Sul antes de, às 20.00 horas, Senegal enfrentar o Ruanda. Finalmente, às 23.00 horas, Angola joga com os Camarões.