A suposta falta de transparência na aplicação de fundos, provenientes de algumas receitas de parte do património do Grupo Desportivo 1.º de Maio, está na origem das divergências que opõem os membros da Comissão de Gestão do clube e o presidente do órgão, Hiperfino Patchisso, criado em assembleia-geral realizado em Março com a finalidade de preparar eleições depois da suspensão, a 31 de Janeiro, de Inusso Ibraímo do cargo de presidente da colectividade pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
O tribunal deu provimento à providência cautelar requerida pelo sócio Manuel Teófilo, alegando o facto de o ex-presidente estar fora de mandato e haver indícios de falta de transparência na gestão dos fundos provenientes de contratos de arrendamento do património do clube.
Parte dos membros da comissão queixam-se do facto de não haver clareza na justificação dos fundos provenientes de aluguer do campo de futebol e do parque do estacionamento de viaturas, estas que são, segundo Hiperfino Patchisso, as únicas fontes de rendimento sob controlo do órgão.
As restantes fontes que geram maior rendimento são controladas pelos membros da direcção cessante e não beneficiam, de acordo com Patchisso, o clube, uma vez que os fundos não caem na conta do 1.º de Maio, já suspensa pela comissão devido ao braço-de-ferro com o elenco cessante.
Trata-se de uma mercearia, talho, escritório e escola que funcionam nas instalações da sede do clube; centro social/bar e salão cedido a uma igreja que se encontra no espaço adjacente ao campo de futebol.
A comissão teve de suspender a conta do clube depois de esforços sem sucesso para receber as pastas da direcção cessante para tomar controlo da gestão do 1.º de Maio. Apesar de terem concordado inicialmente em colaborar com a comissão no processo de transição do poder e uma aparente vontade de passar-lhe o controlo total do clube, os membros da direcção cessante recusam-se a entregar as pastas porque entendem que a suspensão do ex-presidente do 1.º de Maio não abrange todo o elenco.
Uma nova providência cautelar para forçar a direcção de Inusso Ibraímo a entregar pastas à comissão foi submetida por este órgão transitório, no mês passado, ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, aguardando a decisão sobre o assunto que lhes permita organizar eleições.