O Ferroviário de Maputo aponta a inexperiênvia e o anti-jogo, nomeadamente os esquemas feitos nos bastidores dos organizadores destas competições, como as razões que ditaram o “descarrilamento” da “locomotiva” na derradeira fase de disputa do acesso à Fase de Grupos da Taça da Confederação Africana de futebol.
O treinador da equipa, Carlos Manuel, mas conhecido nos meandro futebolísticos por Caló, é quem aponta a falta da maturidade com a principal causa da queda da “locomotiva”.
Questionado se o Ferroviário não teria feito o trabalho de casa que o treinador teria dado, sendo que o primeiro quarto do jogo, que devia ser estrategicamente do domínio da sua equipa com vista a igualar a eliminatória o mais cedo possível, foi controlado pelo adversário, Caló reconheceu que a equipa reagiu muito tarde.
“O jogo de futebol tem 90 minutos. E há momentos bons e maus. Significa que não entrámos bem nos primeiros 15 minutos, mas depois assumimos o controlo do jogo a partir do minuto 20. Controlámos a contenda na primeira parte e quando tudo previa que podiamos sair da etapa inicial com um zero a zero sofremos o golo. Mas não significa que não estivéssemos na mó de cima ou a equipa não estivesse bem a essa altura. Na segunda parte entrámos com uma contrariedade, tivemos um cartão vermelho, que nos condicionou um bocado, porque passámos a jogar com 10 unidades, com a expulsão de Tununo. Tivemos de alterar as posições de alguns jogadores. Abdicamos de um ponta-de-lança para manter a nossa estrutura defensiva e passámos a jogar por 4x4x1, contra 4x4x2, porque se alterássemos o nosso sistema de jogo a perder por um a zero seria muito complicado. Estaríamos a criar muito espaço na nossa defensiva e podíamos ter mais dissabores”, comentou
Mas mesmo com a alteração feita o Ferroviário teve a infelicidade de sofrer mais um golo aos sete minutos da segunda parte, que voltou a condicionar cada vez o jogo.
“Se já estava difícil a eliminatória com o golo sofrido na primeira parte, ficou mais complicado ainda depois do segundo. Mas acabámos ficando equilibrados em termos numéricos, porque o adversário também teve uma cartolina vermelha. Assumimos o jogo no 10 contra 10 e fomos uma equipa ofensiva, mas com aquele problema de sempre de não conseguir chegar ao último terço com a qualidade e critério desejado para finalizar. Temos de assumir que falhámos, faltou-nos em algum momento alguma maturidade. Neste tipo de competições africanas é importabte que ela esteja presente, sobretudo quando se joga fora de portas”, anotou, realçando que o Ferroviário deu tudo que tinha a dar.
“Fizemos os possíveis para revertermos a eliminatória a nosso favor, mas temos de assumir que não conseguimos. É próprio de futebol e não podemos andar aqui com subterfúgios, temos de assumir na totalidade este fracasso, porque é esta equipa que temos”, conclui Caló.


