Perdeu a vida ontem, terça-feira, em Lousã, Portugal, o ex-capitão da equipa sénior de futebol do Ferroviário de Lourenço Marques (Maputo), Ernesto Pereira Baltasar, um exímio médio direito também carinhosamente tratado por Balta.
A notícia chega-nos de amigos próximos do ex-craque e não avança muitos detalhes, pese embora adiante que Balta, que a 14 de Outubro completaria 80 anos, terá falecido vítima de prolongada doença, visto que nos últimos anos não andava bem de saúde.
Baltasar nasceu em Portugal, mas veio ainda criança a Moçambique, mais concretamente à cidade da Beira, onde começou a frequentar o ensino primário, antes de se transferir para a capital moçambicana.
Foi na antiga Lourenço Marques onde Baltasar cresceu e começou a prática do futebol, no Ferroviário, onde ganhou vários títulos de campeão provincial ultramarino, muitas vezes já com a braçadeira de capitão.
Baltasar era dotado de uma técnica impressionante, o que fazia com que fosse considerado um dos melhores jogadores dos anos 60/70, tendo jogado ao lado de jogadores moçambicanos ainda vivos, como Pelé, Napoleão, Rafael, Cossa, Almeida Ubisse, entre outros.
Depois do fim da carreira, em que teve passagens pela selecção de Moçambique, Baltasar foi treinador da equipa “locomotiva”, tendo deixado o país com o advento da independência nacional, proclamada a 25 de Junho de 1975.
O valioso médio tinha um amor imenso por Moçambique, de tal sorte que chegou de recusar 800 contos de luvas oferecidos pelo Sport Lisboa e Benfica, preferindo continuar no seu Ferroviário, onde dizia que tinha de tudo.
No regresso a Portugal, com 32 anos, ainda deu o gosto ao pé em clubes de menor expressão, alinhando pelo Lusitânia de Lourosa, na época 1976/77. Na época seguinte foi jogador-treinador do Benfica de Castelo Branco e mais tarde do Cacém, até 1979, altura em que começa a colocar o futebol em segundo plano, uma vez que já era funcionário público.
A Redacção Desportiva endereça as mais sentidas condolências à família enlutada.
