A participação de Moçambique na Taça COSAFA 2025 foi marcada por altos e baixos, reflectindo os desafios inerentes à uma equipa em renovação. Apesar de não ter igualado o desempenho de 2024, altura em que conquistou uma medalha de bronze, o torneio serviu como uma importante etapa de aprendizagem para os jovens “Mambinhas”.
O futuro da selecção dependerá de uma aposta contínua na formação, na experiência internacional e no apoio institucional. Com a dedicação demonstrada por jogadores e equipa técnica, o sonho de conquistar a Taça COSAFA continua latente.
A 24.ª edição da Taça COSAFA terminou domingo, mas mais cedo acabou o de Moçambique que caiu, mais uma vez, na fase de grupos na competição disputada na cidade sul-africana de Bloemfontein.
Agora sob o comando de Eduardo Jumisse, a selecção moçambicana, composta maioritariamente por jovens atletas, enfrentou desafios e demonstrou sinais de evolução táctica. Contudo, a campanha deste ano não conseguiu igualar o desempenho conquistado em 2024, traçando um contraste interessante que merece reflexão.
No ano passado, Moçambique, liderado pelo então seleccionador Victor Matine, teve uma das suas melhores participações recentes na Taça COSAFA. A equipa alcançou as meias-finais pela quarta vez na sua história, com um registo de quatro golos marcados e apenas dois sofridos. Durante a fase de grupos, destacou-se ao liderar o grupo “A” com cinco pontos, superando a anfitriã África do Sul na diferença de golos. A vitória sobre o Botswana por 3-1 foi crucial para garantir a qualificação. Contudo, o sonho de chegar à final foi interrompido pela Namíbia, numa derrota amarga nos penáltis, após um empate no tempo regulamentar.
COMEÇAR A SORRIR
E TERMINAR A CHORAR
Já em 2025, o cenário foi diferente. Apesar de começar bem (vitória sobre a anfitriã África do Sul, por 1-0) e um empate frente às Maurícias (0-0), a selecção moçambicana não conseguiu manter o mesmo nível de eficiência. Acabou ficando em terra por conta da derrota (3-1) frente ao Zimbabwe.
Este ano, Moçambique marcou apenas dois golos e sofreu três, números inferiores aos de 2024.
O seleccionador nacional, Eduardo Jumisse, fez um balanço equilibrado da participação moçambicana, destacando os aspetos positivos e os desafios enfrentados.
“A nossa participação foi, acima de tudo, digna e cheia de carácter. Ficámos em terceiro lugar no grupo “A”, com os mesmos pontos do primeiro classificado, o que mostra o nível de equilíbrio e competitividade do grupo.”
Jumisse reconheceu a evolução táctica da equipa, apesar das limitações impostas pela juventude e pela falta de ritmo competitivo de alguns jogadores, consequência do início tardio da Moçambola.
“A equipa mostrou claros sinais de evolução, especialmente na forma como se organizou taticamente e reagiu aos momentos difíceis dos jogos. Contudo, faltou-nos experiência e maturidade competitiva para lidar com os momentos decisivos.”
O técnico apontou o jogo contra o Zimbabwe como o momento decisivo do torneio, onde os erros custaram caro. Apesar disso, viu no desempenho da equipa uma base sólida para o futuro.