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ENTREVISTA

CHANAYA PINTO: DO EFEITO À CONSAGRAÇÃO EM ANGOLA

Em tempos em que o desporto feminino ainda luta por visibilidade, Chanaya Pinto ergue-se como um dos nomes mais sonantes da nova geração moçambicana. Internacional de basquetebol, com passagem pelos Estados Unidos, Portugal e Angola, a extremo, de 25 anos, tem feito do talento uma bandeira e da resiliência uma marca.

Na mais recente proeza da sua carreira liderou o Sporting de Luanda à conquista inédita da Liga Feminina Azule de Angola, ao superar o histórico 1.º de Agosto num épico jogo da final decidido apenas no segundo prolongamento. Com 39 pontos e o prémio de Jogadora Mais Valiosa (MVP), Chanaya escreveu o seu nome na história do clube e reafirmou o seu lugar entre as maiores embaixadoras do basquetebol moçambicano.

Mas o que se esconde por trás de cada lançamento convertido, de cada vitória celebrada? Nesta entrevista intimista, conduzida após a final, Chanaya fala do peso da camisola da Selecção Nacional, da construção do seu carácter através da dor e da fé, das referências que a formaram e da responsabilidade de inspirar outras jovens a acreditarem que mesmo com raízes em Moçambique é possível voar alto no mundo.

A FÉ COMO MOTOR

Que significado tem para si este título pelo Sporting de Luanda? 

– Tem um significado muito grande, especialmente por ser uma equipa que singrou na Liga Azule este ano. Praticamente por chegar, ver e vencer. Não é fácil. Acho que mesmo o clube em si não contava alcançar este sucesso logo no primeiro ano de sua existência. E, por outro lado, eu pude fazer parte desse sucesso. Tem um significado muito grande para mim. Dou toda honra e graças a Deus, porque se não fosse por Ele não estaríamos na posição de ganhar e estarmos felizes hoje.

– Foram 39 postos na final, dois prolongamentos e também o prémio de MVP. Que imagem fica daquele jogo decisivo?

– Primeiro o quão bom Deus é, porque tivemos que buscar energia onde não tínhamos e tivemos que conhecer-nos melhor. Quando estamos numa situação de aflição dos prolongamentos o corpo já não quer, a mente também e guiamo-nos pelo coração. 

– O que mais pesou para esta conquista?

– A resiliência que o grupo teve, sobretudo… este prémio de MVP, os 39 pontos, são bonitos de se ver, mas nada aconteceria sem o apoio das minhas colegas.

– Como descreve o ambiente da Arena do Kilamba? Já tinha vivido algo parecido?

– Tinha vivido, sim. Lembro-me da minha carreira nos Estados Unidos e voltar a viver um momento idêntico foi especial, principalmente por se tratar de uma final. Com o ambiente vivido no pavilhão foi possível sentir o calor dos adeptos, que valeu o sacrifício, esforço dentro da “quadra”; sentiram como se eles estivessem também em campo a competir connosco. Foi um momento único que marcarei e levarei para o meu coração para sempre.

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