Num momento em que mais se fala de Óscar, Alcides, Mundinho, Ivan Mário, entre outros talentos em ascensão, há mais de dez jogadores, que outrora eram das maiores referências nas suas equipas, sem brilhantismo no presente Moçambola.
Várias razões são chamadas para justificar o ofuscar nas suas carreiras. Poder-se-á falar da questão pelo não enquadramento nos novos projectos, provavelmente por terem sido contratados sem o aval da equipa técnica ou também a inadaptação às novas filosofias de treino ou mesmo uma má qualidade de treino ministrado.
Lembrar que para o novo projecto, sob a direcção de Daúde Razaque, o Songo não quis continuar com Valério (agora no Chingale), Dário Melo, Amorim e Bhéu (no Ferroviário da Beira), Agenor, Sidique, Ivan (no Ferroviário de Nacala), Reginaldo Faite (no Ferroviário de Nampula), Jimmy (Costa do Sol), Candinho (Black Bulls), Emmanuel, John Banda, entre eles, Allan, Talapa, que tomaram outros destinos, sendo que Nhambirre, das novas apostas deste ano, foi descartado.
O malawiano Richard Mbulu, saído do Costa do Sol, “não era tido, nem achado” nas contas do técnico da zona montanhosa de Cahora Bassa, mas depois da confiança dada na partida frente à Black Bulls, voltou às escolhas frente ao Costa do Sol e marcou um belíssimo golo, que deu vitória à sua equipa.
Esperava-se, também, melhor de Meque Alexandre e Victor Tesoura (ex-Black Bulls), no entanto, não têm correspondido às expectativas, ficando as despesas de atacar mais confiadas a Luís Miquissone, Óscar e, por vezes, Alcides. Até mesmo Lau King, algumas vezes lançado ao “onze” inicial, está longe daquele que nos habituou a finalizar com sucesso muitas vezes.
Nesta revolução, Nélson Divrassone, regressado ao Songo depois de cumprir o período de empréstimo no Ferroviário da Beira, não tem sido opção e pode ser esta uma das vítimas da abertura da janela de transferências com apenas duas jornadas do campeonato realizado.
NEM EJAITA,
NEM CLÉSIO
E MUITO MENOS
HAMMED
Por seu turno, a Black Bulls surpreendeu com a contratação do internacional Clésio Baúque, de quem se esperava muito mais do que tem feito. Há muito esforço da sua parte, mas não há ideias muito visíveis para o que se esperava da sua inserção na equipa, sendo que o mesmo pode-se dizer em relação a Candinho, que defendeu as cores do Songo nos últimos tempos.
Preocupada com as Afrotaças, a Black Bulls foi à procura de novas soluções para o ataque, porque percebeu que Ejaita Ifone não tinha tomado conta do recado. O nigeriano “convertido” moçambicano está muito longe de ser igual àquele que em 2021 se consagrou melhor marcador do Moçambola e “a pouco e pouco” vai deixando de ser especial para o ataque, apreciação que se aplica também ao seu colega de equipa Hammed, também nascido na Nigéria e naturalizado moçambicano, como também sobre o liberiano Stephen Seameh.
Os “touros”, que durante as épocas sobreviveram das habilidades do melhor jogador e melhor marcador do Moçambola-2024, Khadre, já sentem que precisam de outra energia para manter a sua hegemonia, e o jovem António Sumbana, “recrutado” ao Ferroviário de Maputo, ainda não é suficientemente maduro para dar profundidade ao jogo da equipa.
A figura que faz diferença no ataque da equipa de Hélder Duarte é, sem margem para dúvidas, Moctar Diallo, com Christ Bimbambu e Ayuba à espreita das suas revelações.
O Ferroviário de Maputo está com problemas idênticos, por ter confiado na boa época que Elias Macamo desenvolveu no ano passado, envergando a sua camisola na segunda metade do campeonato e também a do Desportivo de Nacala. Macamo, lembre-se, foi o seu segundo melhor marcador do campeonato passado e este ano, nas primeiras jornadas, só marcou um golo, na conversação de uma grande penalidade e só reapareceu no último fazendo dois golos.
Mas como um problema não vem só, os “locomotivas” acabaram por encantar-se com o experiente Telinho, que vinha sendo uma nulidade na presente temporada, tal como Macamo, quer desmentir a nossa apreciação, com mais um golo na derradeira partida.
Neymar, Celso, Victor Malino e Naftal esforçam-se bastante para salvar a “locomotiva” do descarrilamento, mas estão impotentes, com as Afrotaças à porta.