O ex-ponta-de-lança Félix Cossa, que começou a sua carreira no 1.º de Maio, teve passagens pelo Desportivo e Ferroviário, ambos de Maputo, para depois terminar onde tudo começou, foi um craque que tinha quase tudo quanto se exige de um atacante para dar certo. “Cavalgador” com um arranque estupendo, boa velocidade, bom driblador e brindado com um excelente jogo de cabeça, só não chegou onde merecia por conta das lesões que o apoquentaram. Viu, por conseguinte, a sua carreira limitada a uma década, deixando de jogar na flor da idade, com perto de 25 anos.
Recordemos a sua história!
PRODUTO DA
URBANIZAÇÃO
Chama-se Félix Folichane Sebastião Cossa. Nasceu em Lourenço Marques, Maputo, no dia 24 de Setembro de 1956. É o segundo broto do casal Sebastião Zulo Cossa e Matilde Nandja. “No total éramos 11 irmãos, mas a minha mãe só teve quatro: a falecida Adelaide, eu, Daniel e o falecido Afonso. Depois vieram os restantes sete doutra relação, em que infelizmente apenas estão vivos o Arcélio, a Martinha e o Inácio”.
A paixão pelo futebol nasce no bairro da Urbanização, nas bermas da antiga Avenida Craveiro Lopes (Acordos de Lusaka), na zona do Xilepfana, aglomerado fértil em “parir” craques da bola indígena, que marcaram gerações no país e não só. O palco preferencial era o “Ka Mubunu”, na zona das mangueiras, ou no Deserto, onde, vezes sem conta, convergiam miúdos vindos de circunvizinhanças como Mafalala, Maxaquene e até Xipamanine.
Como sempre, havia ídolos que inspiravam os mais novos. No caso de Cossa e sua malta, o espelho foi Doença, ex-vedeta do Ferroviário de Maputo. “Eu via o Doença a fazer aquelas suas fintas e apaixonei-me pelo futebol. Comecei a meter-me com ele e outros amigos do meu tempo, designadamente Dover, Nicolau, Luís Tembe e de vez em quando Sitoe, que não tinha tempo porque já era militar e jogava no 1.º de Maio”.


