A posição de guarda-redes é uma das menos concorridas por aspirantes a futebolistas. A responsabilidade acompanhada pela angústia, solidão ou mesmo o “pouco” protagonismo nas quatro linhas, talvez tem sido um dos motivos que afasta os praticantes do desporto rei desta posição. Eles podem ser os culpados pelas maiores derrotas ou os heróis das grandes vitórias. O guarda-redes tem de ficar atento a todas jogadas e é obrigado a estar no sítio certo, quando o seu oponente se aproxima da sua baliza. Um pequeno erro pode ser fatal.
Piodozio Magono, de 34 anos, antigo guarda-redes do Matchedje de Maputo, pensou em criar a Academia de Formação de Guarda-Redes do Futuro. Magono, único formador dos actuais 20 jovens que fazem parte da academia, conta que começou a projectar a academia em 2014, mas a falta de recursos impediu-o de dar o pontapé de saída. Só viria a concretizar-se em 2019, ou seja, cinco anos depois. Actualmente trabalham no campo emprestado do AFRIN, cidade da Matola. O nosso entrevistado relembra que “andava inquieto pelo facto de termos academias específicas de formação de guarda-redes. Há muitas academias de formação de jogadores, faltava uma que se focasse apenas na área de guarda-redes”. Mangono aponta que decidiu criar a academia por notar que há falta de referências nessa área de futebol, no país.
Em Moçambique temos bons guarda-redes, mas poucos chegam a ser referência para os mais novos. Os clubes não têm formação de base de guarda-redes. Refiro-me à área inicial que ensina o que é ser um grande guarda-redes e a sua importância. Isso sempre deixou-me inquieto, porque é uma posição relevante para o futebol”, destaca.